O movimento artístico: o “SER TÃO” chega neste mês de outubro no Riopreto Shopping com exposição inédita e uma série de workshops, com curadoria de Oscar D´Ambrosio, pós-doutor e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador. A expografia é de Josiane Sabino e a coordenação de Luciane D´Alessandro em parceria com Marcelo Lopes.

A exposição traz telas dos artistas Daniel Firmino, Chico Oliveira, Aicro Júnior e Jair Lemos, e segue em cartaz na Praça 4 de Eventos até o dia 15 de outubro. Além da mostra, os visitantes do Riopreto Shopping podem participar de workkshops gratuitos no dia 5 (às 17h e às 18h), no dia 6 às 17h e às 18h, no dia 11 às 17h e às 19h, e no dia 13 às 17h.

Homenagem a Deraldo Clemente (1954 - 2024)

O ato de desvendar o mundo rural é o ponto de partida da arte de Deraldo Clemente. Seus quadros, que já foram expostos na Bienal Naïfs do Brasil, do SESC/Piracicaba, SP, apresentam o mérito de tratar o universo do interior com uma técnica bem especial. Ele utiliza pinceladas grossas e repletas de tinta.

Retrata assim elementos essenciais do mundo caipira. As copas das árvores que se mesclam com o céu, aves espalhadas pela tela e casas típicas do interior geralmente ajudam a compor o ambiente, no qual costuma haver figura de um ou mais caipiras, com roupas e chapéus típicos, geralmente com as mãos para o alto, numa atitude que colabora para transmitir alegria aos quadros.

A ausência de perspectiva tradicional e as cores intensas são as peculiaridades que tornam os quadros de Deraldo Clemente documentos da vida no Interior paulista. Predominam neles a horizontalidade, sendo comum a demarcação de dois planos que interagem tematicamente.

Uma sede de fazenda, nessa óptica, surge ao lado de trabalhadores da roça, enquanto, embaixo de uma linha horizontal preta, surge um carro de boi junto a um poço. A forma simples como é tratada a roda do veículo exemplifica a espontaneidade de uma artista que tem apenas a si mesmo como mestre.

O tema do campo está presente, mas não de maneira idealizada como num paraíso terrestre. As situações levadas à tela são cotidianas e não apresentam glamour, mas sim cores que compõem um mosaico que cativa logo à primeira vista. O universo caipira que surge nas imagens privilegia verdes, azuis e vermelhos.

As cercas de fazenda preenchidas com pinceladas simétricas, o retrato de situações do dia a dia do homem do campo e a busca de cenas significativas do trabalho na roça são o que diferenciam a obra de Deraldo. Com sua arte plena de sensibilidade, ele oferece trabalhos que brotam do fundo de sua alma interiorana e fascina pela quantidade de detalhes e plenitude de diálogo entre as cores. Texto de Oscar  D’Ambrosio.

Acompanhe os próximos ciclos do movimento “SER TÃO”no site www.riopretopshopping.com.br.